Mulher diz que perdeu a visão após consumir caipirinhas em bar localizado de bairro nobre de São Paulo. O caso acontece em meio a diversos registros de intoxicação por metanol ligados a bebidas alcoólicas adulteradas no estado. Os nomes dos locais não foram divulgados pela polícia. Além dela, outro rapaz está internado após ingerir gin também em bar de São Paulo.
O que aconteceu
A designer de interiores Rhadarani Domingos disse que passou mal após beber três caipirinhas de frutas vermelhas com maracujá e vodka. Ela, que está internada, contou que as bebidas não tinham nenhum gosto diferente.
Especialistas reforçam que a busca por atendimento rápido é essencial. O oftalmologista Fábio Ejzenbaum, da Santa Casa de São Paulo, explica que sintomas como alterações visuais, mal-estar persistente por mais de 12 horas e convulsões são sinais de alerta.
Os sintomas ainda podem incluir ataxia, sedação, desinibição, dor abdominal, náuseas, vômitos, dor de cabeça, taquicardia, convulsões e visão turva, principalmente após ingestão de bebidas de procedência desconhecida.
Em caso de suspeita, é fundamental buscar atendimento médico de emergência. A população pode localizar o serviço mais próximo pela plataforma estadual de saúde.
Intoxicação por bebidas adulteradas em São Paulo é alerta grave de saúde pública, afirma Abrasel
A Abrasel manifesta profunda preocupação com os casos de intoxicação por metanol registrados em São Paulo durante o mês de setembro. A Abrasel se solidariza com as famílias das duas vítimas fatais e espera que os demais afetados encontrem pronta recuperação.
A falsificação e adulteração de bebidas são crimes graves contra o consumidor, que colocam em risco a saúde da população e geram prejuízos diretos aos estabelecimentos sérios e comprometidos com a legalidade. Trata-se de um problema de saúde pública, que exige ação coordenada entre autoridades, setor produtivo e sociedade. A orientação da Abrasel é que os estabelecimentos sempre procurem comprar os produtos de distribuidores reconhecidos e confiáveis.
A Abrasel alerta ainda para o impacto negativo dos altos impostos sobre os produtos. Como afirma Percival Maricato, advogado e especialista do setor, “a carga tributária elevada tende a estimular o contrabando e a falsificação, ampliando os riscos à saúde e à segurança dos consumidores”.
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, “o combate ao abuso de álcool deve ser feito por meio de educação e campanhas de conscientização, e não por medidas que penalizam o consumidor, especialmente os de menor poder aquisitivo, e favorecem práticas criminosas”. Segundo ele, “as novas gerações já mostram forte tendência à moderação no consumo de bebidas alcoólicas, uma conquista no campo da educação”.
