Petrobras assina contrato com subsidiária da 3R Petroleum para venda do Polo Potiguar

 O contrato para exploração de 22 campos de petróleo no Polo Potiguar, celebrado entre a Petrobras e a empresa 3R Potiguar S.A., subsidiária integral da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A, foi devidamente assinado nesta segunda-feira (31). O valor do negócio foi fechado em US$ 1,38 bilhão, que serão pagos em parcelas. Nem a Petrobras, nem a 3R informaram quando se inicia o processo de transição para que a empresa dê início à sua operação.


Essa é mais uma etapa para a saída da Petrobras no Rio Grande do Norte, que há alguns anos vêm anunciando mudanças de direcionamento nas políticas de exploração petrolífera da estatal. A Petrobras segue concentrando cada vez mais os seus recursos em ativos em águas profundas e ultraprofundas, onde tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos, produzindo óleo de melhor qualidade e com menores emissões de gases de efeito estufa.

“Estamos realocando os nossos investimentos conforme plano estratégico, em ativos como os campos em águas profundas e ultraprofundas localizados na costa brasileira. Todos se beneficiam de uma indústria mais forte e competitiva. A Petrobras recebeu mais de R$ 7 bilhões para investir em poços na margem equatorial e em Sergipe águas profundas. O polo Potiguar segue operando e recebendo investimentos de um novo investidor”, avalia Rafael Chaves, diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras.

O acordo com a 3R prevê a cessão dos contratos de concessão de um conjunto de 22 campos em produção e a transferência de toda a infraestrutura e sistemas de dutos que suportam a operação, além do Ativo Industrial de Guamaré (“AIG"), que engloba unidades de processamento de gás natural (UPGNs), a refinaria de Clara Camarão e o Terminal Aquaviário de Guamaré (Terminal de Uso Privado), com ampla capacidade de estocagem e sistemas que permitem a exportação e importação de óleo e derivados.

Da transação de US$ 1,38 bilhão, US$ 110 milhões (R$ 591,95 milhões) foram pagos nesta segunda-feira no ato de assinatura do contrato de aquisição do ativo; US$ 1,04 bilhão serão pagos na data do fechamento da transação; e US$ 235 milhões em quatro parcelas anuais de US$ 58,75 milhões, iniciando em março de 2024, com fim em março de 2027. Os valores não consideram os ajustes devidos e o fechamento da transação está sujeito ao cumprimento de condições precedentes, tais como a aprovação pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com Ricardo Savini, CEO da 3R Petroleum, “essa aquisição destaca a 3R como uma das maiores produtoras independentes da América Latina, além de conferir à Companhia uma posição consolidadora no mercado de óleo e gás brasileiro. O surgimento e o fortalecimento de players como a 3R fomentam o desenvolvimento da indústria de óleo e gás, além de estimular as economias regional e nacional por meio de diversos canais: impostos, investimentos, geração de emprego e renda, bem como o aquecimento e consolidação da cadeia de suprimentos”. 

O Polo Potiguar compreende três subpolos de concessões, sendo 3 concessões marítimas e 19 terrestres: Canto do Amaro, que tem doze concessões de produção onshore; Alto do Rodrigues, com sete concessões de produção onshore; e Ubarana, com três concessões em águas rasas, entre 10 e 22 km da costa do município de Guamaré. A logística do Polo é otimizada, uma vez que toda a produção de óleo e gás é transportada por meio de dutos até as instalações de processamento localizadas no Ativo Industrial de Guamaré. As concessões do Polo Potiguar registraram, em 2021, uma produção média de 20,6 mil barris de óleo/ dia e 58,1 mil m³/dia de gás.

Aumento de produção
A venda dos ativos da Petrobras no RN para a 3R pode aumentar a produção onshore (em terra) no Estado em até 30% a médio e longo prazos, segundo estimativa da Redepetro RN, entidade que congrega empresas  do setor. “Pela experiência dos campos vendidos, é possível ampliar a produção, sim. Acredito que, só reativando os poços paralisados e feita manutenção nos demais, a produção tende a aumentar em 30%. Claro que isso não ocorrerá da noite para o dia. Só vamos conseguir ter uma real noção da negociação seis meses depois de os novos operadores assumirem. Mas estamos otimistas”, analisou o presidente da Redepetro RN, Gutemberg Dias.

Tribuna Do Norte
Eduardo Carlos

Radialista desde do ano de 1997, uma historia no radio Macauense.

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